Biografia

Maria da Luz nasceu no Porto, na zona da Ribeira, freguesia de S. Nicolau, a 19 de Junho de 1955. Cresceu na freguesia da Vitoria e reside atualmente na freguesia de Cedofeita. Toda a sua vida decorreu essencialmente no norte de Portugal, concretamente na cidade do Porto.

Maria da Luz era uma menina que adorava cantar e dançar, aliás, seu sonho era o ballet. Portanto, desde cedo existia o gosto musical/teatral. Foi por esta apetência para a música que, certo dia, seu padrinho Zeca a levou a cantar numa festa de campismo em Esmoriz com um conjunto, tudo por brincadeira. A atuação correu tão bem que Maria da Luz se sentiu impulsionada a prestar provas musicais no Cineteatro Vale Formoso, então sob a direção de Fernando Gonçalves.

Fernando Gonçalves gostou da performance de Maria da Luz e contratou-a para ingressar no mundo das cantigas, a partir de 7 de Agosto de 1967. Assim, Maria da Luz iniciou a sua carreira de cantora muito cedo, tinha somente 12 anos, num programa chamado “Festival”, no mesmo Cineteatro Vale Formoso, no Porto.

“Festival”, produto das “Produções Fernando Gonçalves”, onde Maria da Luz se estreou, tinha como “cabeça” de cartaz António Mourão. Aqui, Maria da Luz cantou as primeiras cantigas “Porta Secreta” (lançada por Artur Garcia) e “Boneca de Cartão” – esta última era a versão portuguesa de “Puppet on String”. Maria da Luz trabalhou com grandes vedetas do mundo musical português – além de Artur Garcia, podem citar-se Calvário, Simone, Paco Bandeira, Marco Paulo, Hermínia Silva, Amália, Max, Fernanda Baptista – apenas para referir algumas!

No início do ano de 1968, participou no concurso “À procura de um ídolo”, realizado por Lopes de Almeida, no Coliseu do Porto, com patrocínio do “Norte Desportivo”.
O número de participantes era de 360, mas Maria da Luz foi a vencedora com a canção “Setembro”, com letra de Jerónimo Bragança e música de Jorge Domingo.

Em 1968, Maria da Luz gravou o seu primeiro disco nos estúdios da RTP-Porto, sob chancela “Orfeu”, de Arnaldo Trindade, com as canções: “Amar é Bom”, “Quisera ser como tu”, “Canção do Mar” e “Canção para a Primavera”:

O segundo disco, gravado em 1971, para a etiqueta RODA, Vadeca, teve por base temas populares do folclore português, gravado com a Orquestra de Resende Dias, com coro de Fernando Rocha e Júlio Guimarães.

A convite do Maestro Resende Dias, começou a participar nos serões da FNAT, tendo assim desde 1968 percorrido, com as suas interpretações, todo o Norte e Centro do país.

Maria da Luz, a convite do saudoso Professor Pedro Homem de Melo e da empresária Maria Odete, em 1969 cantou no Coliseu dos Recreios (Lisboa), num programa intitulado “A dança e a canção do Norte vai a Lisboa”, um espetáculo de canções e folclore.

A par da sua carreira artística, em que trabalhou com diversos empresários do Porto, fez o seu percurso académico, primeiro no Liceu Carolina Michaelis e, depois, no Colégio de Nossa Senhora da Esperança.

Gravou o seu terceiro disco, dedicado a cidades portuguesas, para a RODA, Vadeca, com letra e música de Manuela Teles Santos e João Andrade Santos.

Colaborou em diversos Sketchs de Teatro, nomeadamente com Manuel Morais, Lopes de Almeida e Virgílio Cervantes, a partir dos quais surgiu nova gravação em vinil. Mais tarde grava com Virgílio Cervantes a canção “O Rio das Águas Claras”.

E o sempre recordado amigo empresário Domingos Parker, convenceu a Maria da Luz a cantar fado no programa “Varanda da Saudade”, na Sé do Porto. Este facto serviu de motivo para que continuasse a cantar fado, em quase todas as Casas de Fado existentes, na altura, na sua cidade, por exemplo na Casa da Mariquinhas, do então proprietário, Fadista Heitor Gil de Vilhena.

Maria da Luz também trabalhou nos Casinos da Figueira da Foz, Espinho e Póvoa de Varzim… Até que um dia, em 1976, Quim Barreiros a convida a abrir fronteiras, Canadá e EUA, onde atuou em variados espetáculos e participou em programas televisivos. Seguiu-se França, Espanha, e não mais parou…

Fez teatro ao lado do famoso Ribeirinho (Amor de Perdição), onde também participaram, entre outros, os atores Alberto Vilar, Carlos Quintas e Lígia Teles.

A Maria da Luz seguiu então em digressão pelo país, com Maria João Abreu, José Raposo e o saudoso Camacho Costa, bem como Paula Marcelo e a grande Fernanda Baptista.

Atuou na RTP-Porto, num “Programa de Fados”, acompanhada por Jorge Barradas à viola e Samuel Paixão à guitarra. Também colaborou no programa “Repenica, Repenica” (festa popular de S. João), pelos 100 anos do “Jornal de Notícias”, onde desempenhou o papel de ardina e cantou uma canção alusiva:

Mais tarde, Simone de Oliveira convidou-a para o programa “Piano Bar”.

Em 1978, foi convidada a fazer parte do conjunto de Eduardo de Sousa, que então trabalhava no Casino de Espinho e, com o conjunto, fez uma digressão ao Médio Oriente – Kuwait, Jordânia, Dubai e Líbano. Trabalhando no Hotel Hilton Kuwait, conheceu a sua paixão, Abed Rasslan, com quem casou e teve o primeiro filho, Miguel Ali.

Continuou a cantar, depois de um pequeno interregno, fazendo outras digressões ao estrangeiro, onde atuou em espetáculos para os nossos emigrantes.

Várias das suas gravações em vinil foram incluídas em diversos CDs. Refira-se ainda que, em 1997, gravou um CD só com fados, intitulado “Ruas da Solidão”, acompanhada à guitarra e viola, respetivamente, por Samuel Cabral e Nell Garcia.

Em Dezembro de 2004 foi primeira figura da Revista à Portuguesa Nortenha, do empresário, autor e ator Lopes de Almeida, “Vira o disco e toca a mesma”, apresentada no Teatro Sá da Bandeira (Porto), que seguiu em 2005 em digressão pelo Norte do país. Após esta digressão, a convite de Filipe La Féria, fez parte do elenco do musical “AMÁLIA”, também no Teatro Sá da Bandeira.

Continua no ativo, atuando sempre que é solicitada.

7 thoughts on “Biografia

  1. Gostei de tudo o que Vi sobre a Fadista Maria da Luz…sou do seu tempo de sucesso e como na altura trabalhava na música. Vendi tanto Orfeu como Roda de trabalhos seus….pois tinha varias frentes de venda de casas comerciais que o ramos era discos e cassetes…Conheço ou melhor conheci todos Empresário, artistas ligados ao ramo, porque sou desse tempo e que estava ligado comercialmente com todos…saudades…fiz muito pelos artistas portugueses com muito gosto…obrigado à Grande Artista Maria da,Luz…

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  2. Eu Antonio Serafim proprietário da Discoteca Pip-Pop em campanhã e com Discoteca do mesmo na Feira Popular no palácio cristal no Porto…vendi alguns discos e segui a sua carreira…nunca falamos pelo menos que eu me lembre…mas na altura como fadista tinha prestígio… Depois desaparecido do meio e não soube nada de si…desejo que continue bem e sempre no caminho do êxito… beijinho

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  3. Lamentável. Chega a dar repulsa de tão infeliz! Acho incrível a facilidade como se contam certas mentiras. A vencedora do concurso “À procura de um ídolo”, de 1988, realizado no Coliseu do Porto, foi uma cantora chamada Maria Amélia Lopes, que por sinal é a minha mãe.
    Aliás, esse concurso foi organizado para concorrentes amadoras; ou seja, não podiam participar cantoras profissionais; ou seja, que tivessem, por exemplo, disco gravado, como era o caso da Maria da Luz – que mesmo assim perdeu o concurso!
    E aliás também, a imagem do jornal refere a Maria da Luz como finalista e não vencedora. Mas guardo bem os recortes do jornal da final…
    Quanta mentira não deve andar por detrás deste tipo de publicações. Mas enfim, a internet é mesmo assim, cada um publica o que quer e cabe ao leitor filtrar.
    Agradeço que corrijam a informação (errada) da biografia da artista Maria da Luz.

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    1. Maria da Luz foi a finalista na modalidade da canção onde obteve o primeiro lugar, uma vez terem havido quatro finalistas- na “modalidade da canção” masculino (João Simões, que representou Campanhã) e feminino (Maria da Luz, representava freguesia da Vitória); na “modalidade de fado”, masculino (António Monteiro, por Gondomar) e feminino (Vitória Fernanda, pela freguesia de Campanhã).
      A Maria Amélia Lopes na modalidade da canção ficou em segundo lugar, onde ganhou a taça Predial Firmino, uma espécie de “taça de simpatia”, ganha por cupões através de jornal.
      Maria da Luz tinha iniciado a vida artística há poucos meses e ainda não tinha disco algum gravado, veio a ser gravado somente após este concurso.
      Não se trata de fraude ou mentira, Maria da Luz conserva os jornais coniventes com esta publicação.

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  4. SEMPRE ADMIREI A GRANDE ARTISTA E FADISTA – AMOROSA E ENCANTADORA MARIA DA LUZ-E COMO JÁ NÃO A OUVIA CANTAR DESDE A CASA DA MARIQUINHAS FUI Á “TASCA DO BAIRRO” NA FOZ E FIQUEI MARAVILHADO COM A VOZ IGUAL AQUELA QUE TINHA HÁ 20 ANOS.UM AUTENTICO MILAGRE POIS EU COM A IDADE AS BOÉMIAS FADISTAS E NOITADAS PERDI MUITA VOZ.PARABENS LUZINHA JM

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  5. Maria da luz sempre foi uma voz de sonho..Ontem,tive ocasião de a ouvir e estar com ela em Pedroso,o que muito me satisfez.
    Continua em grande e não deve parar.Felicidades
    Jorge Soares

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  6. Tenho boas memórias de tudo isto,especialmente na parte que toca ao Casino da Figueira onde era cliente frequente.Desejo-lhe tudo de bom!A idade não traz só reumatismo.A experiência de vida tambem é beleza.

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